quinta-feira, 18 de março de 2010

Reencarnação




Ser estrangeiro é sumamente singular. Não há tristeza nem esperança na terra que não é minha. Estava sóbrio como num encontro imaginário.Não se estabelece logicamente vinculações nem sobra uma possibilidade real de vertígem.Efetivamente, a possibilidade de encontrar-me com a Firenze de Leonardo me levava a rascunhar diálogos e vislumbrar silhuetas solitárias de outros dias , outros tempos. Fica a impressão de que alguem me precedeu em horas. Quando pisei as ruas de pedras vulcânicas e respirei o ar desse outro mundo meus olhos estavam quietos e escuros. Uma estranha intuição acendia a tocha na densidão, mas a naturalidade que me rodeava era recente. Vibrava no ambiente um trabalho inacabado e um significado profundo tomou de assalto a ampulheta. Melancolia. Me senti tão fiorentino quanto portoalegrense e um cortejo de certezas me acompanhou durante os cinquenta dias que experimentei essa fusão essencial. Uma comunhão para dizer adeus, tão tênue e cruelmente precisa na essencial comunicabilidade fugaz e bela da deusa arte. Grazie, bela Firenze !!!

Selistre

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